segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Registro Civil

 

Encontro-me repleta do nada,
Como se o sentido
Trágico da vida
Residisse no seu sorriso
E para os olhos que contemplam,
Em vã tentativa,
Descobrir o limiar da dor,
A abstrata abdicação de tudo,
Inclusive, o medo daquela morte
que ao longe se aproxima.
Mais a fúria aguçada
E atenta da minha impotência
Perante os fatos,
Com todos os suores exalados,
Por me sentir culpada,
Constantemente...
Para o meu mundo de chão de terra,
Dum povo que há pouco entrou no mapa,
Como que esquecido pelos governos,
Andando sozinho e a pé,
Léguas e léguas de tristeza...
Deixo o inventário
Das minhas recordações
Com a esperança de não precisar
Voltar ao princípio,
Ao ponto de partida.


aNE pECLAT

Nenhum comentário:

Postar um comentário